ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DA AAVI: YOLANDA BRACONNOT
1)
Sabemos
que você é apaixonada pela AAVI. Como começou sua história com o clube?
No Réveillon de 2002/2003, quando
o clube foi interditado pelo Corpo de Bombeiros porque não tinha saída de emergência. Ofereci o play
do prédio onde morava para os senhores Avelino e Aledir, na época vice-presidente
e diretor social, e eles aceitaram. Só que não consegui autorização da síndica
e acabaram todos, cerca de 70 pessoas, rompendo o ano no apartamento onde eu
morava, na Hipólito da Costa, bem próximo ao clube. O engraçado e que saímos
todos − vestidos de branco − a pé pela Av. 28 de Setembro, como em procissão. Levamos as comidas e bebidas, e
a festa foi ótima! O último convidado saiu às sete da manhã. No dia seguinte, ainda
teve o enterro dos ossos. Assim, conheci vários sócios do clube e depois comecei
a frequentar alguns eventos da AAVI. Em 2004,
entrei de sócia.
2)
Como
foi sua trajetória à frente da AAVI?
A convite do sr. Jorge Leite, que em 2004 era vice-presidente
social, assumi a Diretoria de Marketing.
Depois, o presidente Paulo César me convidou para substituir o vice que
havia renunciado. Declinei em função das minhas muitas viagens profissionais e
indiquei Francisco Rocha para o cargo.
Com ele ocupei a Diretoria Social até o final de 2004.
Em 2007 a situação da AAVI era caótica. As instalações
físicas em estado de calamidade. Tirando os bailes de dança de salão aos
sábados, os eventos realizados eram chopadas universitárias e bailes de
funk. A imagem do clube com os vizinhos
era péssima não só em função do barulho como pelas constantes brigas que
aconteciam ao final dos eventos.
Foi quando uma corrente de sócios sugeriu minha candidatura
para a presidência do clube. No início relutei, mas como gosto de desafios – e
administrar um clube praticamente falido era um desafio bem grande −,
aceitei. Montamos a Chapa Renascer, que
teve problemas para ser homologada, em função da indicação do sr. Jorge Leite
para a presidência do Conselho Deliberativo, por ele ter renunciado a um cargo
no clube, em 2004, sem a aprovação do conselho. Só conseguimos aprovar a chapa
através de liminar na justiça. Em janeiro de 2008, fomos eleitos pelos sócios,
mas não podíamos tomar posse. Lembro que no aniversário da AAVI de 2008 usei a
palavra para registrar que, infelizmente, não tínhamos muito que comemorar em
função da grave crise que o clube atravessava. Uma semana depois, em 13 de maio,
o então presidente Valentim Rizzo
renunciou. O vice, o sr. Valter, deveria assumir, mas também renunciou ao
cargo. Foi então sugerido o meu nome pelo benemérito José Luís, argumentando
que, inclusive, eu já estava eleita pelos sócios. Assim, no dia 13 de maio de
2008 eu assumi a presidência pela primeira vez, ainda sem a posse da Chapa
Renascer, o que só aconteceu em 30 de julho, quando ganhamos a ação que
impetramos. A Chapa Renascer enfim assumiu o novo Conselho e eu de novo fui
empossada presidente da Diretoria Administrativa.
Foram muitas as dificuldades, muitas mesmo, mas na
solenidade de comemoração do aniversário do clube do ano seguinte já tínhamos muito a comemorar. Agradeço a toda a
minha diretoria. No dia 2 de agosto, por
problemas de saúde gerados pelo estresse causado pelos inúmeros problemas na direção, renunciei, mesmo contra a
vontade dos conselheiros. Assumiu a presidência
da Diretoria Administrativa Gilberto Graever, que me convenceu, em março de
2010, a assumir a vice-presidência social, que estava vaga. Fiquei à frente do
social até outubro, ocasião em que a presidência passou a ser acumulada pelo presidente
do Conselho Deliberativo, Jorge Leite, em função da saída do Gilberto. No ano
seguinte, 2011, foi o sr. Jorge Leite que renunciou, e o meu nome foi indicado
e aprovado por dezessete dos dezoito conselheiros presentes à reunião. Reassumi e comigo veio toda a minha antiga
diretoria.
3)
Tem
sido fácil administrar a AAVI? Quais os principais desafios?
Ao assumir a direção, em 2011, me esperava o maior desafio da
história dado ao clube: dois dos seus três terrenos haviam sido leiloados e
arrematados em função de processos na área civil. A Associação Atlética Vila
Isabel estava ameaçada de virar um edifício de cinco andares com lojas
comerciais e dois andares de garagem. Só uma pequena área seria negociada para
o clube. A relação com os arrematantes foi sempre cordial e ética, mas eles
sabiam que eu ia defender ferrenhamente os interesses dos sócios.
Sobravam problemas − de pessoal, financeiros, contas e salários atrasados, falta de eventos etc. −, mas meu foco era um:
o Vila não poderia virar sucata. E ainda tinha que lidar com a descrença e o pessimismo
que contaminavam a grande maioria das pessoas. O fechamento do clube para
alguns era tão certo que até datas do “enterro” foram marcadas.
Criamos a campanha “Este coração tem que continuar batendo”
e conseguimos − eu e muitos sócios, amigos e moradores – oito mil assinaturas num abaixo-assinado que depois
entreguei ao prefeito...
Andei muito atrás do prefeito. Olhava a agenda dele e ia numa verdadeira
“caça ao prefeito”. Acordei de madrugada, organizei comitivas, fui para a Barreira
do Vasco, São Cristovão, Bangu... Até que consegui uma audiência com ele, no
dia 16 de fevereiro, ocasião em que entreguei um dossiê com informações de
todas as atividades desenvolvidas pelo nosso clube.
Yolanda no gabinete do Prefeito Eduardo Paes
No dia 5 de março, Eduardo Paes, nosso querido prefeito,
assinou o Decreto 35.186, que declara o
imóvel do clube de utilidade pública para fins de desapropriação. Assim o clube
ressuscitou. Hoje ele ainda está na UTI, mas sei que em breve terá alta e sairá
bem mais saudável.
No dia 14 de abril, a convite do
vereador Luiz Carlos Ramos, que tem sido um grande parceiro, fui à
reunião do PSDC no clube Cassino Bangu e entreguei para o prefeito o convite
para a Solenidade de Aniversário de 62 anos da nossa AAVI.
5) E quais são
seus planos para o futuro? Qual seu
grande sonho em relação à AAVI?
São muitos os meus sonhos com relação à AAVI. O primeiro
deles é conseguir resolver definitivamente o processo de desapropriação e
tombamento do clube. Depois, ver o clube cumprindo cada vez mais o seu papel de
patrimônio cultural, esportivo e social de nosso bairro, aliando ações de
responsabilidade ambiental e social
para as comunidades. Quero
implantar o Programa Vem Ser, que consiste em projetos de formação de atletas
no futsal e outras modalidades esportivas, um pré-vestibular comunitário, um
Centro de Treinamento e Desenvolvimento em MMA, uma Escola de Gastronomia e de
Teatro e a formalização e inauguração do Teatro da AAVI. Também quero dar à
professora de balé Sueli Lopes instalações novas e bem equipadas. É claro que
para que esses sonhos tornem-se realidade terei que ter muita ajuda de pessoas
e empresas. Aliás, no dia da solenidade de aniversário, o sr. Manoelzinho,
proprietário do Petisco da Vila e Planeta do Chopp, além de diretor de
importantes sindicatos, declarou que vai apadrinhar e nos ajudar na formação da
Escola de Gastronomia. A AAVI será a precursora na utilização de instalações de
cozinhas de clubes para a formação de mão de obra, e com isso contribuirá para
o aumento do emprego e renda de pessoas de diferentes comunidades.
4) E como você vê o lançamento do Jornal AA Vila Isabel Notícias?
Com muita alegria e orgulho. O carinho, dedicação e
competência de Sandra Braconnot, editora responsável pelo jornal, me faz ter certeza de que esse primeiro
número será inesquecível e propiciará uma grande emoção a muitas pessoas.
Aproveito para agradecer a minha irmã por propor e abraçar também este sonho.
Muito grata também a empresas e parceiros que através do patrocínio e apoio
tornaram possível a edição do nosso AA Vila
Isabel Notícias.Destaco também o nosso blog, outro canal de comunicação com
os sócios. Visitem: www.aavilaisabel.blogspot.com
4)
E
para terminar?
Quero agradecer a mãe Lizete, meu
filho Leonardo, Luiz, Sandra e Yan pela compreensão da “ausência” total nos
últimos meses. Ao querido fundador e grande
benemérito Arakém (ele é demais!).
Agradeço a ele pelos conselhos, orientações, pelo carinho e amizade.
Registro publicamente que ele é uma pessoa muito especial e grande amigo
principalmente nos momentos difíceis que
atravessamos. Sou muito grata a ele por sempre estar confiante e me
incentivando.
Agradeço a Lusvaldo, Lucinha,
Roberto Farias, sr. Valter, que tanto vêm contribuindo à frente da vice-presidência
financeira. Dida, nosso incansável Diretor de Manutenção, você é mil. Bebel,
“Deretora”, como eu brinco, obrigada pela companhia e disponibilidade para os
eventos internos e externos. Ao Paulista, Diretor de Piscina e sempre disposto
a ajudar no que se fizer necessário, valeu!
Lucia Helena, Vice Social e de Comunicação
À benemérita Therezinha, muito
obrigada pela sempre disponibilidade de contribuir com nosso clube. Também os
meus agradecimentos a Naira Reis, pela paciência e orientações no início de
minha gestão em 2008, quando esteve à frente do Conselho Fiscal.
O meu muito obrigada a minhas fiéis
escudeiras da Secretaria, que eu carinhosamente chamo de Barbe e Dezinha. Aos colaboradores da “comissão de
frente”: Luiz, Walace e Marcos. À galera que nos ajuda a manter o nosso
ambiente em condições de receber nossos sócios e frequentadores, Luciana,
Marcos, Tereza, Mocinha, Maria Helena e Maria Lucia. À equipe da cozinha, copa
e restaurante: Beja, o mais antigo funcionário do clube, correndo sempre de um
lado para o outro. Nono, nosso grande chefe-executivo,
dono de um tempero invejável. Sr. Jorge, no dia a dia do bar. Os colaboradores eventuais/finais de semana:
Paulinho, Eraldo, Nilson, Odilon, Rose e Lia. Também obrigada àqueles que de
vez em quando reforçam o nosso time.
Prof. Celio, da escolinha de
futsal, obrigada pelo carinho com os nossos futuros campeões.
Muito obrigada também àquelas que
estão sempre juntas e dispostas a ajudar, como Neuzinha, Neidinha, Arlete,
Alice, Lenita, Rose, prof. Suely e minhas meninas do balé.
Aos parceiros Vitor Emanuel,
treinador, e a todos os jogadores do nosso futsal. Ao Marco Bruno, da Super
Liga, e à equipe de futsal do Fluminense.
Aos competentes professores,
coordenadores e apoios dos projetos Viver Melhor e Suderj 2016.
Obrigada a todos os músicos,
fornecedores e parceiros que nos ajudam a realizar nossos eventos.
Um agradecimento mais do que especial
ao prof. Michel e a Adriana, à frente da Academia Sempre na Água, que, além de
nos possibilitar ter orgulho de nossas piscinas e das aulas que são ministradas
por eles e equipe, são grandes parceiros dentro e fora da água. Obrigada também
ao Bem Hur.
Michel e Adriana Prof de Natação
Aos meus queridos amigos e
companheiros profissionais Lucimar Fernandes e Juarez Fernandes, presidente
e vice-presidente do Instituto Interdisciplinar Rio Carioca, agradeço
pela compreensão das minhas ausências nos projetos e reuniões, em função da
dedicação ao clube.
Já ficam aqui as minhas desculpas por ter me esquecido
de citar alguém
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